Eu tive um professor que sempre usava a expressão “o velho de roupa nova” para se referir a grandes novidades que, na verdade, não passam de algo que já foi feito antes, mas com um olhar diferente. Eu descobri que isso acontece o tempo todo e a sua aplicação mais prática na minha vida aconteceu no fim desse verão. Vou contar como renovei meu guarda-roupa sem gastar um centavo.
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Vamos começar da minha vontade de ser minimalista e esvaziar meu guarda-roupa de uma vez só. Esta foi uma ilusão momentânea, mais tarde eu descobriria que este estilo de vida é muito mais uma mudança na cabeça do que nos cabides. Ao tentar conquistar o tão esperado armário-cápsula, consegui doar vários sacos de roupas em perfeito estado, mas não consegui ficar apenas com as peças que comporiam meu guarda-roupa naquela estação, muitas foram parar no maleiro porque não tive coragem de desapegar.
Voltando ao presente, me vi rodeada de roupas e sapatos que eu não queria mais e precisando de uma renovada. Já estava preparando o saco de lixo e o bolso, quando… PLIM! Foi o momento do insight. Desci tudo rapidinho do maleiro e lá estavam várias peças que pareciam novas, algumas eu nem me lembrava porque tinha eliminado.
O mesmo aconteceu com uma caixa com 5 pares de sapatos. Eu mal me lembrava deles, foram os poucos que eu não tive coragem de desapegar da primeira vez. Trazer estes sapatos à ativa me permitiram eliminar outros 10 pares que estavam na sapateira, ou seja, o saldo ainda foi de menos 5 pares.
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Embora desta vez o resultado tenha sido positivo, esse negócio arriscado poderia ter dado muito errado. Imagine se a cada sessão de destralhamento a gente decidisse fazer um depósito e deixar tudo lá até esquecer, isso seria organizar? De fora alguma, é por isso que vou listar as lições que aprendi neste resgate e as regras pra que dê certo, não vá embora sem memorizar cada uma delas.
Regras e lições do depósito
- Use com moderação, não adianta ter um guarda-roupa inteiro de peças aposentadas.
- Esta “trapaça” só vale para peças básicas e que nunca chegaram a sair da moda. Quando desci as roupas do maleiro, notei várias coisas que eu nem sei por que guardei.
- Estas peças não podem ser tratadas como “de emergência”. Se eu não encontrasse uma calça jeans naquele exato momento, teria usado um vestido e todos sairiam vivos.
- Para cada peça que retornou ao guarda-roupa, uma (ou duas) saiu. Só com essa regra dá pra garantir que um dia eu vou chegar naquele tão sonhado armário-cápsula.
- Sabe o que aconteceria se eu tivesse doado todas aquelas roupas e sapatos no ano passado? Nada. Simplesmente nunca teria me lembrado delas e seria feliz do mesmo jeito. Talvez até mais feliz.
- Funcionou dessa vez, mas pode ser que não funcione mais.
Algumas calças que ficam são peças de verão, então vão esperar a mudança de estação. Outras estão ganhando uma segunda chance até o fim do inverno e vão embora se não forem usadas várias vezes. Duas delas são sociais e, embora não use muito, não posso comprar uma nova a cada evento que aparecer. Várias das calças que estão indo ainda me servem, mas eu não gosto mais, então não tem por que guardar.
O que eu quero que vocês aprendam aqui é a não se deixar levar pelo apego, eu errei da primeira vez, mas estou corrigindo o erro agora. Na próxima, pretendo reter muito menos peças, mas um passo de cada vez.
E aí? Pronto para a limpeza?
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